Pano, para que te quero?
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Faz tempo que se tenta definir o Brasil metonimicamente — país do samba e do futebol, da amazônia e da caatinga, da feijoada e da caipirinha, da Garota de Ipanema e do Rio. Mas hoje encontrei a verdadeira parte que define o nosso todo: os panos.
Não um pano específico, o de prato ou o de linho bordado, pode escolher o que melhor satisfizer a tua imaginação. Minha tese é sobre o que fazemos com nossos panos, ou melhor, dizemos que fazemos e o que eles representam.
Ao levantar dos panos dessa discussão, fiquei impressionado com a quantidade de expressões que temos com panos. Está na moda — e essa entende de tecidos e panos — que quando algum de nossos e nossas ídolos e ídolas cometem aquele deslize, é só passar o pano.
Tem vezes que o que era pra ser por de baixo dos panos fica muito evidente e então a legião do centrão aquece seus tecidos e corre, a todo pano, para por panos quentes na situação.
Poucos tem tido a coragem de rasgar o pano e expôr a verdade, a não ser que seja para algum benefício próprio, em certas conversas esses e essas são pé de pano — o meio jurídico gosta de chamar de 'delação premiada'.
Mas, estou apenas começando essa análise, estamos longe do cair dos panos. Isso sem contar todo o campo gravitacional ao redor dos panos, mas não quero fazer desse texto uma colcha de retalhos nem tento cobrir todas as possibilidades e deixar em pratos limpos.
É provável que tenha uma pilha de expressões que eu ainda não conheça, mas tudo bem, esse é um texto que pode dar pano pra manga na imaginação de vocês.